segunda-feira, 27 de setembro de 2010

finais felizes já eram.

o que aconteceu com a gente? parou a festa, parou a dança, paramos todos com caras de quem tá com dor de barriga. nosso passado cheio de sonhos impossíveis ficou pra trás, nossas histórias tão simples e ao mesmo tempo tão mágicas são apenas lembranças, que alguns de nós nem gostam de lembrar. nem uma foto ficou pra recordarmos os dias de chuva em que caminhávamos pela cidade apenas por caminhar, perdidos no tempo, buscando todos no fundo a mesma coisa, mas de maneiras diferentes. nos separamos, seguimos caminhos diferentes, surpreendemos a nós mesmos, e hoje estamos estagnados, cada um com uma vida diferente da qual imaginamos pra nós quatro anos atrás. perdemos o rumo, nos acostumamos com o marasmo, a mesmice, o tédio, enfim, crescemos e paramos. não andamos mais pra frente. estamos muito preocupados com dinheiro e profissões e coisas do tipo e esquecemos do que queríamos, quatro anos atrás. ficamos perdidos no tempo e no espaço. uma máquina do tempo é tudo o que eu mais desejo agora pra voltar àqueles dias. teríamos nossos projetos de vida separados, mas não cometeríamos os mesmos erros. jogamos fora oportunidades incríveis, jogamos fora o amor, jogamos fora o "felizes pra sempre". todos os amantes que vieram antes não se comparam a vocês. espero que façamos uma das nossas grandes surpresas e viremos esse jogo. embora nenhum de nós ainda acredite em finais felizes, espero que sejamos felizes pra sempre.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

eu tenho 19 anos.

ainda escrevo músicas e livros. ainda invento histórias. ainda gosto de meninos mais novos. ainda mantenho alguns dos meus melhores amigos. ainda sou chato. ainda finjo sentir o que não sinto. ainda sou inteligente. ainda fumo. ainda como bacon, embora menos do que antes. ainda durmo de meias. basicamente, sou o mesmo. ainda escrevo meus posts fazendo pose de carrie bradshaw. algumas coisas nunca vão mudar. meu rosto é o mesmo, estou menos magro que antes, meu cabelo está mais curto e minhas roupas continuam apertadas. nada mudou, certo? não, os números mudaram. 19, 20 em vez de 16, 17. tio, em vez de sobrinho. chefe do gabinete do diretor, em vez de estudante. o tempo praticamente voou, embora meus objetivos sejam os mesmos. mas agora, mais do que nunca, não dá mais pra enganar, sair na rua com aquela cara de criança e várias pessoas mais novas, não, a idade mudou, as pessoas sabem da minha idade, não posso mais fingir que nada mudou e me perder no tempo, o tempo infelizmente mudou, e com isso tenho que mudar todas as minhas metas. e o tempo continua correndo. me resta pouco agora antes que meu maior objetivo de todos se torne completamente inviável - encontrar um namorado novo e bonitinho.

domingo, 19 de setembro de 2010

potência e potencial.

potência é igual ao trabalho dividido pelo tempo, se não me engano. metaforizando, potência é o trabalho que uma pessoa realizou dividido pelo tempo que gastou. o quanto eu fiz em dois anos? pouco, eu acho. alguns setores da minha vida cresceram geometricamente, enquanto outro, o mais importante pra mim, estabilizou-se e nao cresceu praticamente nada. eu desperdicei tempo com trabalhos inviáveis e o resultado foi zero, a minha potência nesse setor foi zero. aí está a diferença entre os verbos querer, fazer e poder. poder é ilimitado. podemos fazer tudo, eu pelo menos sei que posso fazer tudo o que quero, o problema é direcionar o potencial pra alcançar uma potência positiva ao invés de nula. direcionando o potencial em trabalhos viáveis, escolhendo bem qual deverá ser o trabalho, eu alcançaria uma potência excelente em um tempo determinado. esse papo ficou muita física misturada com português, mas é apenas mais uma das metáforas da vida. chega de perder tempo com garotos inviáveis, é só uma questão de encontrar o garoto viável. a procura cansa muito, mas pra alguém da minha inteligência e capacidade de atração física, não ter namorado ninguém em dezenove anos é quase uma potência negativa. eu escolho muito, eles escolhem muito, eu tento agradar eles de todos os jeitos, usando diversas personalidades diferentes, inclusive a minha. dizem que temos que conquistar as pessoas sendo nós mesmos. sim, eu já tentei isso, mas como todas as outras tentativas não funcionou. acho que o problema é que eu escolho os garotos errados. mas às vezes tenho medo de que o problema seja comigo, afinal já passei por diversos lugares e o resultado é semelhante em todos eles. se o problema realmente for comigo, terei que mudar de estratégia. mas por enquanto, prefiro manter minha atenção nos outros setores da minha vida. isso distrai um pouco da falta de resultados.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

the edge.

dê uma olhada em mim agora, só há um lugar vazio, nada aqui pra me lembrar da memória do seu rosto. ele aparece em meus pensamentos e sonhos; e você de costas aparece como um vislumbre, a primeira coisa que vi naquele dia ao acordar. acho que suas aparições estão aqui pra me lembrar de que só há você pra mim, não há mais ninguém - as possibilidades se esgotam lentamente, enquanto fico mais só e mais descrente de que apareça uma prova de felicidade nessa vida. não estou reclamando, de todos os garotos do mundo, me foi destinado o mais bonito, mas por algum motivo que só vou descobrir quando nos encontrarmos, não podemos nos tocar, não podemos nos beijar. estamos presos, em dimensões diferentes. apesar de tudo te sinto vivo e próximo. eu deveria me dedicar a outras coisas, colocar outras coisas na cabeça enquanto espero a parte da minha vida que ironicamente é a que eu mais devia temer, mas no entanto é a que mais anseio, o fim. mas projetos e possibilidades me parecem distrações inábeis comparado ao peso que carrego. eu poderia desistir de tudo e me entregar a um poder maior, deixar você prosseguir. mas é mais forte do que eu, é mais forte do que tudo, e não consigo me distrair, busco em outros rostos e beijos algum tipo de placebo, mas eles me escapam e permaneço só. se você for o responsável por isso, só pra diminuir o tempo que nos separa, saiba que sua estratégia está dando certo. estou perto do limite.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

setembro.

acorde, desperte. o frio passou, o pior passou. dance, se liberte, nós temos a mesma ilusão. flores crescem, bebês nascem, portas se abrem e sonhos voltam à tona. passamos do desgosto de agosto para o néctar de setembro. tudo fica renovado. aproveite o novo, aproveite as cores, estude, logo chega o fim do ano e você quer aproveitar as férias. setembro é a hora de acordar pra vida, em diversos sentidos. finja que março, abril, junho e julho não existiram. maio geralmente passa em branco mesmo, ninguém lembra dele. ah, e carregue um lenço, a polinização das flores vai fazer você espirrar. e aproveite o feriado. é como se um sopro da fonte da juventude entrasse em seus pulmões e te desse um novo fôlego. aquele garoto feio da sua classe parece tão bonitinho em setembro. aquele conteúdo difícil de matemática passou e agora só tem coisa fácil porque é fim de ano. esse demorou pra passar, um misto de 2008 e 2009. sinto meu pedestal mais forte. é setembro, e geralmente eu fico otimista e nostálgico nesse mês. não tem a agitação de janeiro, as surpresas de fevereiro, a ansiedade de agosto ou a força de novembro, mas setembro é o mês mais alegre do ano. a hora de esperar passou. e parece que as preocupações também. setembro, novas flores, nova vida. esse setembro talvez seja um divisor de águas, não tão drástico quanto o fevereiro de 2009, mas sim o começo das soluções. o começo dos finais felizes.