harder, better.

o caos continua. parou de chover, e eu queria que chovesse agora. uma chuva forte e tensa, pra eu sair e deixar que ela me lave. rihanna coeça a cantar no meu pc "so hard..." sem parar, e mesmo sem saber o resto da letra da música, concordo com ela. é difícil. eu poderia ter um milhão de problemas ao invés do que já tenho e seria a mesma coisa. a mulher casada, mãe de dois filhos, rica, bem sucedida, tem a mesma carga - todos temos. até eu. razoavelmente bonito, extremamente inteligente, pais liberais, amigos compreensivos, romances, boa saúde, nenhum problema financeiro. e ainda assim tenho problemas. meus pais foram viajar e me deixaram sozinho em casa. é, eu ODEIO dormir sozinho em casa, mas as visitas dos meus amigos facilitaram um pouco as coisas. a minha natureza está me criando problemas; algumas horas eu estou muito feliz e não tem nada que eu queira além do que tenho - mas quando fico sozinho começo a pensar naquilo que eu queria. eu quero demais, às vezes. só que agora, o que eu tenho é precioso demais pra abrir mão por algo que não sei se vale a pena, mas que eu quero muito. a vida é feita de escolhas, e já fiz muitas escolhas das quais me arrependi, não quero me precipitar mas não quero deixar as coisas ficarem sérias demais; não quero perder, mas não quero deixar de ganhar. quis muito, consegui muito, e não consigo parar de querer. só existem duas coisas na vida: as que queremos e as que não queremos. não é que eu queira tudo pra mim, apenas não consigo deixar de querer certas coisas. eu quero sempre mais, talvez isso seja o que me impede de progredir, mas acho que isso é o que me empurra pra frente. quero as coisas do jeito que quero, e ninguém pode mudar o meu querer. quero que todos sejam felizes, cabe a mim guiar isso da maneira que não machuque ninguém, e quero mais do que tudo que as coisas continuem complicadas, afinal já sei que não consigo lidar com o simples.

paulinha.

coração de mãe. uma mão estendida na direção dos amigos que precisam de ajuda. um olhar atento e observador sobre o mundo. uma cabeça inteligente que fala pouco, faz muito. um espírito extremamente evoluído, isso qualquer um percebe ao conhecer ana paula. tão jovem, tão sábia. antes de todos nós ela aprendeu como lidar com o mundo, parece que já veio com manual de instruções, e aí você se esquece que ela também é humana e também tem seus sonhos e medos. o amor dela é incondicional, pleno, profundo, é um amor que não pode ser descrito com palavras. ela ouve o que você tem a dizer, diz o que ela tem a dizer e faz você pensar. ela observa o mundo sem amor em que vivemos e sabe que tem sorte de ser como é.
"o rosto dela é um mapa do mundo, ela preenche cada canto como se tivesse nascido em preto e branco. ela te faz sentir como se você pudesse ser uma torre, e de repente você vê que isso é tudo o que você quer ser."
onde eu entro nisso? cada momento que passamos juntos... eu vi ela chorar, rir, amar, esquecer, amar de novo e se tornar quem é hoje. nunca peça pra paulinha passar a mão na sua cabeça - ela é sua amiga, e como todo amigo deve fazer, ela vai te aconselhar a tomar o caminho certo. minha amizade com ela vai além de tudo, é uma coisa sagrada. é a pessoa que eu mais sinto falta em santa maria, é triste quando eu tenho um problema e ninguém entende e não posso ir desabafar na casa dela como antes. mas eu sei que nossas estrelas estão na mesma constelação. a minha nem aparece muito comparada com o brilho da estrela da paulinha que é a mais brilhante do céu. ela conquista todos por onde passa com todo o caráter, a beleza, a força e a sabedoria que tem, então porque deveria ser diferente comigo? intensa, sublime, amiga, maternal, uma das minhas melhores amigas. os olhos verdes dela deixam um rastro de amor e luz por onde ela passa. <3

nara.

o que martela na cabeça da nara? o que ela pensa? o que ela acha do mundo? porque ela sempre está com esse sorriso irônico de quem não gosta do que está vendo, mas fala que está tudo bem? que problema ela vê na vida que os outros não conseguem ver? diferente? discriminada por não querer ser igual a todo mundo em uma cidade que mais parece um palco? arrogância? isolamento? nada disso. nara é privilegiada, simplesmente por pensar do jeito que pensa, por ter uma visão diferente dos outros, por insistir na valorização da individualidade. cada um é o que é, e essa é a maior qualidade da nara. ser o que é. ela gosta do que gosta sem medo de dizer, ela vive do jeito que escolheu viver sem se importar com o que vão dizer. tão parecida comigo na essência, tão diferente de mim nas palavras. se lembra quando a gente foi comprar o baby one more time nas locadoras dos confins de santa maria? nunca encontramos o cd, mas a procura valeu cada milésimo de segundo.
as brigas, discórdias, fofocas, assim como todos os risos, a diversão, as lágrimas, tudo valeu a pena, porque foi tempo gasto ao seu lado. eu te conheço melhor do que muitas pessoas e esse é um dos meus maiores troféus. talvez um dia eu entenda a sorte que tenho por ter passado tanto tempo com você. calma e histérica, inocente e sábia, temperamental, arrogante, profunda, única. uma das minhas melhores amigas, com muito orgulho, e faz dezessete anos hoje. pensar em você me remonta ao meu passado, como era mais fácil antigamente. falar com você é um ato do presente e me faz pensar no futuro, o qual eu tenho certeza de que preciso de você do meu lado. meu passado, presente e futuro.
"Há certo gosto em pensar sozinho. É ato individual, como nascer e morrer."

daniel.

eu vivia num conto de fadas com direito a castelo mágico, unicórnios e um príncipe encantado. fiquei anos preso na torre e quando saí para o mundo real não foi nada do que eu esperava. e surgiu um "eu" alternativo ao que existia, mais deturpado, aparentemente forte por fora. então eu experimentei tudo que havia de ruim pra ser experimentado. já fui harry potter, cinderela, marilyn monroe, sempre capaz de me adaptar a ambientes diferentes com facilidade. mas sempre fodi com a vida sem perceber, tentando ser perfeito e sempre cometendo erros. me encantei por pessoas que hoje detesto e odiei pessoas que hoje amo. sou o menino doce e inocente que tentou ser puta, o menino errado e insensível que tentou ser princesa, a peça do quebra-cabeça que não se encaixa nas outras, sou raso, largo, profundo, e duvido que alguém no mundo tenha sido tantas pessoas como eu já fui.

"não exijo que as pessoas me amem. ninguém nunca poderá me amar tão plenamente e indubitavelmente quanto eu mesmo."

the trouble is her only friend, and he's back again ♫

PS: nao considero isto um texto, apenas um quem sou eu estilizado.
by the way: começarei a fazer posts sobre pessoas especiais pra mim. e esse post, me descrevendo, inaugura os posts das cinco estrelas do meu seriado.

wonderland

choveu a semana inteira. não posso dizer que eu não goste, o único problema é a chapinha. e o estado todo alagou, inclusive meu cabelo. eu e meus amigos na praça com toda aquela ventania com medo de sermos atingidos por algo no meio daquele caos. mas a adrenalina a mil, claro. que estado pequeno, todo mundo se conhece, nem tem mais graça viajar como eu tanto queria. que semana louca, saí duas vezes de casa! ainda está chovendo, mas hoje a água seria bem-vinda no meu cabelo que está um desastre. desastre. morreu um homem ao encostar numa parada de ônibus em porto alegre. um amigo dos guris morreu esfaqueado. como a vida é breve... eu poderia ter morrido quando pulei no trem, quando dormi no itaimbé, quando subia pro macondo no 22 de fevereiro. mas estou aqui, em meio ao caos e o desastre. 2012 não está tão longe de nós quanto pensávamos, catástrofes não estão tão longe do brasil. continuo aqui, em meio a essa bagunça. uma bagunça maravilhosa. nada está em seu lugar e é dever nosso colocar, por mais difícil que seja. uma confusão tão grande que até eu pareço perfeitinho comparado a esse mundo. e estou aqui, sobrevivi enquanto tanta gente morre todo dia. a vida é difícil, parece um desastre. mas cabe a nós fazer algo pra ser lembrado, trazer algo de novo, fazer um momento memorável. aproveitar enquanto pode, se divertir arrumando o caos, mudar uma coisinha mínima que seja no mundo. por todos eles que partem todo dia, por cada pessoa que morre, é dever dos remanescentes aproveitar a vida, pois aderir à depressão coletiva me parece um desrespeito às pessoas que morreram e não puderam aproveitar. eu me encontrei no país das maravilhas. porque tudo é um caos, mas é um caos maravilhoso, e depende de nós fazer a engrenagem funcionar.

não exijo que as pessoas me amem. ninguém nunca poderá me amar tão plenamente e indubitavelmente quanto eu mesmo.

eu.

eu tentei ser um garoto
eu tentei ser uma garota
eu tentei ser uma confusão
eu tentei ser o melhor. ♫


eu mudei radicalmente, de novo. tão drástica quanto a mudança de 2005, quando descobri que gostava de meninos, mas tão gradual também. eu fui o último a saber daquela vez, apenas estava descobrindo um fato óbvio - foi apenas uma confirmação. e por 2006, 2007, 2008 e 2009, fui o mesmo - e aprendi a amar essa pessoa como nenhuma outra pessoa pode amar a si mesmo. não é um caso de autoconfiança e amor próprio, é um narcisismo deturpado de forma que a minha imagem é a imagem que aparece em todas as minhas fantasias sexuais; em todos os garotos que fico, procuro algo da minha aparência, e tudo que faço pra mim é algo mágico.quando erro, me vanglorio por ser humano; quando acerto, me vejo como alguém divino. e por mais defeitos que eu tenha, nunca vou deixar de amar a pessoa que fui de 2006 a 2009. mas agora mudei, estou mudando lentamente desde o 22 de fevereiro, só preciso agora de uma gota d'água pra mudar de vez. e tenho um certo preconceito com a pessoa que vou me tornar. vejo como ele vai ser e não gosto, comparo ao meu "ex-eu". talvez um dia goste dele, mas estou saudoso quanto ao eu que aprendi a gostar. as mudanças serão boas, meus problemas antigos irão sumir, mas aprendi a gostar dos problemas, das limitações, de sonhar com o impossível. eu lembro de poucas coisas que tenha conseguido, mas lembro de verdadeiras cruzadas que fiz atrás do que queria, e valeu cada momento. por fim, espero que eu goste do novo eu. terei que gostar, quem vai gostar de mim se eu não gostar? e será que quero que alguém goste? gosto tanto do meu eu solitário, embora não goste da situação.

foco.

meu pai resolveu mudar o jeito de me incentivar a estudar. ele ainda me lembra disso toda hora que passa por mim, mas agora prefere me incentivar do que me pressionar. e está dando certo. eu sento no computador um pouco e penso em estudar. eu me desligo do mundo e de repente me dá vontade de estudar. quando canso, me distraio. a vida não é apenas o conto de fadas mágico em que me encontro, problemas fúteis e meninos. antes de ser uma princesa, ela se torna uma - a garota pode nascer com o porte e o nome, mas precisa formar o caráter. e precisa de experiências, descobertas, provas e obstáculos. se eu passar no concurso para o qual estudo, isso vai fazer com que eu não dependa dos meus pais toda vez que eu queira alguma coisa; não vou depender da boa vontade alheia pra viajar ou buscar o que quer que eu queira; e principalmente, vai ser algo que EU fiz sozinho, a auto-estima que essa vitória vai me trazer é o maior prêmio de todos. mais uma conquista no meio de muitas. consigo focar as três partes de mim em um objetivo. não vou me privar de nada, apenas me manter centrado. e no final vou ter mais histórias pra contar. eu sei que vou conseguir - o que há no mundo que nós três não possamos conseguir? o fogo anda comigo, e se quiser saber, é esse meu segredo.

coração sem coração.

esperando por sua chamada. ♫


doce, quente, seco, frágil, intenso, forte quando menos se espera, exigente, temperamental. eu poderia encontrar vários outros adjetivos pra descrever meu coração, mas o que posso dizer no momento é que ele está ansioso. quer agora um motivo pra bater mais forte, ele gosta quando eu sinto o estômago saltar. ele gosta quando estou nervoso ao falar com alguém, provavelmente se diverte com isso. ele sofre quando eu deixo a pessoa escapar ou quando "não era pra ser". mas ele não aprende e quer sempre bater mais forte. ele me repreende quando quero me distrair dos garotos e fazer outras coisas, ele gosta de assistir filmes que me emocionem e o toquem fundo, mas se entedia facilmente disso. ele quer emoções reais, ele manda no cérebro e no corpo todo e quer sempre manter sua hegemonia, meu coração é um ditador cruel que não admite oposição. e mesmo sabendo que vai sofrer com certas pessoas ele insiste, até que finalmente é convencido e ele deixa de bater mais forte pela "pessoa da vez", mas quer um substituto o quanto antes. ele fica indignado quando faço sexo sem consultá-lo e fica me reprimindo por isso enquanto eu não admitir que fui arrependido. quando acerto e faço o que ele quer ele quer sempre mais. quando erro, ele me pune sem coração - irônico que meu coração não tenha um coração.ele só pensa nele e quer ser agradado de qualquer jeito. ele quer um motivo pra bater mais forte e sinto que em breve vou conseguir satisfazê-lo. definitivamente? meu coração é cruel, será que consigo satisfazê-lo de vez?

fogo, caminha comigo.

eu convivo com vozes na minha cabeça. às vezes elas entram em conflito. três vozes anseiam pelo comando - mas não posso agradar todas - talvez esse seja o motivo de nunca estar contente. sempre que eu penso na idéia de dar voz aos três imparcialmente, me sinto mais ansiado; eles clamam por seu espaço. um está sempre presente, é ele que fala a vocês, é dele a imagem que vocês conhecem como eu, mas é dele a personalidade menos manifestada. por isso minha aparência e personalidade contrastam tanto. agora chega de divagações, o que estou querendo explicar é por que sou tão complicado - é que sou três em um. viagem, loucura, delírio, claro. entretanto essa explicação é mais coerente que a existência de patrícia star, meu alter ego que virou praticamente a essência de meu mundo, ou a de lucas rivers, o suposto amor da minha vida que aparece em meus sonhos. os dois me comandam, e dividem espaço com o dan normal. explicação completamente delirante, mas pra mim é mais lógica que qualquer outra explicação dos meus delírios. vou libertar os dois. quero ver o que eles vão achar de andar no mundo, respirar, conviver com meus entes próximos, como faço todo dia. eles anseiam por isso. são como vozes impacientes que desde os primórdios esperam por um corpo. as vozes que me acordam no meio da noite. o abraço e a carícia que me fazem dormir. a imagem de minha fantasia. os rostos que assombram meus sonhos. meus fantasmas do passado, do presente e do futuro. um fogo que arde dentro de mim e se liberta como um leão adormecido, para queimar tudo à sua volta. três em um, o fogo que caminha comigo, mal posso esperar. ops - mal podemos esperar.


through the darkness of future past
the magician longs to see
one chance out between two worlds
fire, walk with me.

utilizar o vazio.

mais um veio e foi. e estou de volta naquela fase de não gostar de ninguém, mas no fundo acho que nasci pra isso.a sensação de coração vazio me deixa interessado por outras coisas embora eu me sinta alheio a mim mesmo. é como se eu vivesse mais o que eu programei pro meu dia, como comer os ovos de páscoa, estudar para o concurso que preciso mesmo passar, ficar em dia com meus seriados, do que o que eu sinto que quero fazer. e olha que raramente deixo meus sentimentos de lado; mas quem sabe essa fase oca me seja útil - agora tenho tempo pra fazer o que precisava fazer o tempo todo, não fico pensando nele por horas, não tem mais um ele pra pensar, só um eu. francamente, como está sendo difícil escrever esse post - não estou escrevendo sobre o que sinto, mas sim sobre a falta de sentir algo. nem só de coração vive o homem, né? então por enquanto não vou ficar procurando pessoas ou situações pra me despertarem sentimentos, vou aproveitar o tempo livre pra estudar, ficar em dia com minhas séries, progredir no mafia wars, etc. enquanto isso tenho você pra me fazer companhia, ou devo dizer, tenho a mim mesmo. e quando estou comigo mesmo não me falta nada. obrigado lucas.