domingo, 31 de janeiro de 2010

café.

o café está quente. quente demais. eu pus no microondas por muito tempo e se eu tomá-lo agora vai me machucar. vou esperar esfriar. pronto, agora ele está frio. e o gosto é ruim. não quero mais tomá-lo. outra metáfora com o café: eu provei, está sem açúcar, e o gosto é amargo. eu adoço. pus açúcar demais, ficou enjoativo, não quero mais. pois é. eu sou o café. eu esquento demais, criando expectativas em relação a pessoas e me machuco. aí eu espero esfriar. ou seja, não esquento, mas aí demora tanto pra dar certo que eu mesmo canso. esfriou. quanto ao açúcar? bem, eu pego uma pessoa - essa pessoa é um diamante bruto, e tem vários defeitos - alguns me irritam, o café amargo. aí eu adoço; moldo a pessoa e deixo ela do jeito que eu quero - ela vai ficar fácil demais de lidar; vou enjoar.
tudo na vida tem que ter equilíbrio - o café não pode esquentar demais, nem ser frio, nem doce demais nem amargo. se não há equilíbrio, ou seja, se eu mudo demais pra agradar alguém ou quero que a pessoa faça tudo pra me agradar, a relação é fadada ao fracasso. nunca dará certo, porque não há equilíbrio, e um dos dois vai se machucar - a pessoa que se queimou ou o café frio rejeitado.
às vezes o café fica esquecido no fogão, e ferve. aí não dá mais pra tomar, passou do ponto; a solução é fazer outro. novamente eu sou o café - eu esquentei, sozinho, por tempo demais, até ferver e ficar intragável. agora preciso fazer um outro eu, afinal não tem como beber - passou do ponto.

domingo, 24 de janeiro de 2010

dance in the light.

e assim, me entrego. estou cansado de todos me subestimando, pensando em silêncio a mesma coisa: ele não vai mudar, ele não vai crescer, vai ser sempre a mesma coisa e os mesmos erros. não, acho que tenho capacidade de surpreender e fazer o que não esperam de mim. eu negava pra mim mesmo que isso um dia seria necessário, mas o meu eu do sonho é totalmente diferente do meu eu real - o eu que eu vejo no sonho não é forçado, não é metido, não é uma caricatura, é uma pessoa real, uma pessoa agradável - o eu que eu poderia ser, se quisesse. e eu quero. vamos dançar na luz.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

serena.



esse é mais pra quem assiste o seriado gossip girl, mas vou explicar direitinho quem é a pessoa a que me refiro. bem, serena van der woodsen é uma garota rica de New York, nasceu no Upper East Side, e como a maioria das garotas de lá, sempre teve tudo o que queria. talvez por isso, ela sempre foi irresponsável e leviana; amava festas, caía bêbada, fazia de tudo por lá e mesmo assim todos a amavam, porque ela era a única que conseguia ser perfeita de qualquer jeito, com seu carisma e beleza inconfundíveis. mas ela mudou - depois de ir longe demais em New York, causando a morte de um homem, Serena foi pra um internato às pressas sem avisar ninguém,sumindo por um longo período de tempo, mas, tão de súbito quanto partira, ela voltou. É uma pessoa que sempre tenta fazer o certo, mas comete as escolhas erradas pra ser espontânea, e acaba se metendo em problemas, precisando da ajuda de amigos pra resolver. devem estar se perguntando: por que estou falando de um personagem de televisão? simplesmente me identifico muito com o jeito de Serena, sua maneira de pensar, seus erros, suas fugas, e tentativas frustradas. como ela, sou alguém que não encontrou seu caminho. e estou prestes a ir embora. me desligar da cidade em que nasci; mas Serena e eu somos muito diferentes nesse aspecto: ela voltou. eu sou do tipo que vai e não volta, uma vez que aqui não há nada pra mim. eu quero voar, deixar esse lugar, tenho sonhos altos. embora eu vá para uma cidade menor e mais interiorana que a que vivo, sei que não ficarei lá muito tempo. lá também não irá me satisfazer, e preciso de ares diferentes pra satisfazer minha sede de vida. se eu vou sentir falta daqui? vou. mas sei que não demonstrarei isso nem por um momento. eu tenho uma capacidade de apagar certos lugares, sentimentos e pessoas da minha mente que às vezes me surpreende. alguns chamam isso de frieza, outros de insensibilidade. pra mim isso é apenas realismo. um realismo cruel, mas realista.


"eu vou abrir minhas asas e aprender a voar
farei o que for preciso para tocar o céu
eu vou fazer um pedido, uma mudança, aproveitar uma chance
e ir embora."

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

essência desordenada.

eu sou uma bagunça. uma grande confusão confusa e desorganizada. uma cabeça cheia de pensamentos e nenhuma ação. muitas preocupações com as quais não posso lidar. eu pareço estar bem, inabalável, à prova de erro. mas quem conhece o mímimo de mim sabe que não é assim; eu preciso ser consertado. sabe aquela pessoa que faz de tudo, maquina, pensa em como agir pra tudo sair perfeito e no final só faz besteira? aquela, que tem que sair pra trabalhar, desce oito andares até a garagem e percebe que esqueceu a chave do carro e tem que buscar; depois dirige até metade do caminho, lembra que esqueceu de colocar gasolina e tem que andar até o posto com uma garrafa pet pra buscar; que vai a um café, pensa em como fazer sua refeição sem pagar mico, come feito uma porca sem comida em casa e quando levanta, leva a mesa junto, além de tropeçar no balcão; e anda apressada na rua, se olha no espelho pra ajeitar a franja que está um desastre e pecha numa senhora que olha assustada. bem, essa pessoa sou eu. uma bagunça incalculável. como ele é desajeitado, comparado a seus amigos, que são educados, jeitosos, não passam pelas coisas como um vendaval, não quebram três copos ao mesmo tempo; como eles são perfeitos, sabem como agir como se tivessem nascido sabendo. e eu? simplesmente esqueci de ler o manual de instruções e agora é tarde. não consigo mudar, só cometo erros, erros e mais erros, sempre os mesmos erros, e os outros é que tem que consertar tudo por mim. eu passo meia hora fazendo chapinha pra no final uma pessoa preferir a máquina de dança do que eu. eu insisto em fingir que tenho tudo planejado, pra no final ver que tudo deu em nada, e resta aos outros recolher os cacos do que eu quebrei. egoísta ao extremo, não agradeço nada que fazem por mim sem terem a mínima obrigação, só fico reclamando e reclamando das bagunças que eu mesmo faço. eu tento esconder, mas eu sou uma confusão sem fim. nunca tomo jeito, e pareço estar falando tudo isso pra fazer tipo, mas a desordem é tanta que não consigo nem me expressar direito, é um labirinto, um quarto cheio de coisas jogadas pra todo lado, sem perspectiva de organização. acho que vou ser assim pra sempre. mas o pior de tudo não é a desordem, posso conviver tranquilo com ela - o pior é não querer mudar. isso ninguém pode consertar por mim.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

remembering sunday.


ele acordou de seus sonhos e calçou seus sapatos
começou sua rotina passada, duas da manhã
ele não está sóbrio faz dias.
se inclinando para a brisa
recordando domingo, ele cai de joelhos
eles tomaram café juntos, mas dois ovos não duram
como o sentimento que ele precisa
agora esse lugar parece familiar pra ele.
ela puxou sua mão com um riso malicioso
ela o guiou escada acima
ela o guiou escada acima
deixou ele morrendo pra entrar.
me perdoe, estou tentando encontrar minha vocação
estou chamando pela noite
não pretendo incomodar, mas você viu essa garota?
ela tem percorrido meus sonhos
e isso me deixa louco,
parece que eu vou pedir pra ela casar comigo.
os vizinhos disseram que ela se mudou
é engraçado como choveu o dia inteiro
eu não tinha pensado muito nisso até agora
mas está começando a fazer sentido
eu posso ver agora que todas essas nuvens
estão me seguindo em meu empenho desesperado
pra achar quem quer que seja minha
onde quer que ela esteja...

eu não vou voltar
eu fiz algo terrível, estou apavorada demais pra falar
mas você esperaria isso de mim
estou confusa, serei insensível
agora a chuva está varrendo você de meus cabelos
pra fora da minha mente
eu mantenho um olhar no mundo
a milhares de léguas acima do chão
estou sobre você agora
em casa nas nuvens, me elevando sobre sua cabeça.

eu acho que vou pra casa agora
eu acho que vou pra casa agora
eu acho que vou pra casa agora
eu acho que vou pra casa.

All Time Low - Remembering Sunday


as coisas geralmente não duram pra sempre. acho que agora entendo por que tive tanto medo de agir. a vida às vezes nos prega peças... mas acho que vou pra casa agora.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

so happy i could die.



eu decidi me fechar e parar de procurar o que não vinha. eu decidi parar de demonstrar interesse. eu quis me esconder, fugir, fazer o que fosse - distrair a verdade e enganar o coração. e em um dia me vem diversos avisos de que eu não posso me manter fechado. mas tenho medo. quero sentir medo. quero dizer pra mim mesmo que o caminho que estou seguindo é errado e não dará certo, vou me machucar. não posso mais dar a louca e chocar como fazia antes, a lady gaga em mim morreu. e meu medo, cadê? eu sinto plena confiança em mim como nunca senti antes. posso fazer qualquer coisa agora, mas se eu me machucar. verdade seja dita, não é de minha natureza sentir medo, eu tenho sede de viver. mas tenho medo do que posso fazer comigo mesmo. mas me entrego, abro o coração e a mente, e o mundo está girando. e meu coração me diz pra ter calma. não preciso ter medo nem sair fazendo loucuras por aí. gaga vive. e estou tão feliz que poderia morrer.


"feliz na balada com um copo de vinho tinto
estrelas no olhar porque estamos nos divertindo
tão feliz que poderia morrer.
seja meu melhor amigo, vou te amar para sempre
lá em cima nas nuvens estaremos mais altos que nunca
tão feliz que poderia morrer
e está tudo bem."

cotidiano.


os meus dias tem sido todos iguais. estressantes, enfadonhos, sem perspectiva alguma de mudança. acordo cansado e me remexo na cama por horas. levanto pensando em entrar na internet pra falar com ele e tem alguém lá. só uma amostra de como vai ser o dia - frustrante. bom, finalmente entro na internet, e meu pai quer que eu vá buscar refrigerante. parece nada de mais, porém todos nessa casa sabem que eu não saio logo depois de acordar. eu não tenho disposição mental pra isso. chego no mercado, filas e mais filas. já dá pra ter uma idéia de como estou. então fico em uma fila e um casal na minha frente parece que comprou o mercado inteiro. a mulher do caixa passa todas as compras deles. e eles pegam e começam a pagar contas. e eu ali atrás com nada mais que uma garrafa de coca-cola. finalmente saio bufando do mercado, e atravesso a parte um da avenida. a parte dois, vou atravessar, mas o sinal abre. tem um intervalo entre os carros da frente e outros lá atrás, posso perfeitamente passar, mas um motoqueiro vem com tudo e quando ele passa os carros de trás estão perto. é, terei que esperar o sinal vermelho. sem problemas, mas tem mais uma rua. chego em casa com o refri quente e como um pedaço minúsculo de pizza. sinto estar engordando, mas ninguém acredita. tenho fotos pra passar pro computador, mas quem disse que eu tenho o cabo USB? e depois pergunto a ele se ele realmente vem, mas ele não pode vir antes de julho. meu dia termina ali. nada mais vai acontecer (de bom, pelo menos) hoje. termino o dia bebendo refri quente, decidido a não comer mais nada, e com a perspectiva de longas férias solitárias e entediantes e um começo de ano turbulento e sem graça. preciso de um emprego pra me ocupar e ganhar algum dinheiro. e quem disse que vão me contratar. termino o dia com vontade de me atirar de um precipício, às 19:18. não estou triste, nem com raiva; apenas frustrado. como sempre fico depois de uma provinha de felicidade passageira.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

o tempo.


passa correndo. os meses se arrastam. o relógio corre. a vida passa e quando você percebe já está tarde. tarde pra dizer a alguém que o ama. tarde pra consertar os problemas que você mesmo causou. um vendaval atinge tudo e nada volta a ser o mesmo. o lugar cômodo em que eu estava foi pelos ares. não há mais aquela rede complexa que eu zelava tanto pra cuidar. e o que resta? um coração que passou do tempo que sofria por bobagens. a sorte está lançada, e o relógio corre. daqui a seis meses a vida que conheço vai ter mudado bruscamente. as pessoas que conheço agora serão apenas lembranças. os amores também. espero sinceramente que você permaneça. hoje você me disse que poderíamos ter um futuro juntos. se trabalharmos duro isso é possível, embora dependa de muito esforço mútuo. pra que pensar em algo que nem começou se teremos todo o tempo do mundo? para eu e você, sim, há tempo. mas um ciclo que começou há quase um ano atrás está muito próximo de seu fim. me purificarei. no final só importará o sangue. devo ser frio e já começar a pensar nas pessoas que amo agora como nada mais que lembranças. porque no final, todos serão. o triângulo talvez permaneça. minha fonte de alegrias, também, afinal são nove anos juntos. isso poderá permanecer. infelizmente, o resto, só lembranças. e por que estou reclamando, se a maioria deles já perdi por meu jeito insuportável de ser. não tenho o que me prenda nessa cidade. apenas o fato de que aprendi a gostar dela. é uma pena. mas o tempo passa. e está correndo muito agora.

domingo, 10 de janeiro de 2010

caos mental.


preciso de novos ares. acho que viajar nunca foi difícil pra mim. bebo um gole de champanhe e de repente estou em paris, num café, pensando nas coisas que poderia ter ou não feito, o garçom me traz a conta e me distrai de tudo. o céu está nublado e penso em uma garoa triste e então me vejo em são paulo. meu coração dói, fisicamente. acho que estou fumando demais, mas o que fazer se mal termino um cigarro e já quero fumar outro? é essa angústia íntima provocada pela solidão, a qual tenho medo de que me acompanhe junto com a insegurança pelo resto da vida. estou em são paulo e lá sei que sozinho não vou ficar, e deixo a mente viajar pra nova york de má vontade. pela primeira vez na vida eu não trocaria são paulo por nova york. mas estou andando na times square, olhando as luzes. é noite e bate o medo de ser assaltado, entro no primeiro hotel que vejo. mesmo na capital do mundo, só vejo rostos sem nome, multidões, e você não está lá. quero voltar pra são paulo e os aviões estão congestionados, é um caos a nível mundial, o que aconteceu dessa vez. temo por minha vida. quando vejo estou de volta a minha cidade e minhas frustrações e limitações; as pessoas de sempre. quero voltar pra são paulo! as estradas estão paradas, uma ponte caiu. por que não consigo mais viajar? minha mente está um caos, assim como as linhas aéreas e as estradas, e tudo está um caos, e de repente estou nos seus braços e não consigo dizer em que cidade estou, e os problemas somem e as estradas descongestionam e os vôos páram de atrasar, e eu nem lembro pra onde fui ou onde estive ou deixei de estar, estou com você.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

medos.


excessivamente profundo e depressivo, intimista. é assim que será esse post. uma ajudazinha de lady gaga e seu último cd. bem, pra começar, tenho medo do amor. medo de problemas relacionados ao amor. medo de sofrer novamente, medo de pagar um preço maior que a recompensa, medo de homens. medo de me envolver e me machucar, de perder minha liberdade por isso, medo de compromisso. de estar sempre junto da pessoa, me acostumar e mudar minha essência, medo de não conseguir satisfazê-la, medo de sexo. medo de deixar a desejar nesse quesito, medo de que isso seja a única coisa que querem de mim, medo de perder o juízo por isso, medo de drogas. medo de me entregar a coisas que irao me prender, medo de sofrer e enlouquecer por isso, de me arriscar, medo da morte. de não estar mais aqui e ninguém sentir minha falta, medo de perder as pessoas que amo, de ficar sozinho no mundo, medo de perceber que sou mesmo a pessoa insuportável que todos dizem, medo da verdade. de perceber que tudo que fiz não deu em nada, de que todos descubram que sou impotente e oco, medo de que nada dê resultado e meus sonhos novamente sejam enterrados, de que eu estrague tudo pela milésima vez, medo de mim mesmo. de não estar sempre bonito e agradável, de não agradar, medo de que não gostem de mim e não me queiram por perto, de que nada valha a pena e que eu tenha que fugir, medo disso, medo daquilo. e também tenho medo de insetos voadores.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

o sonho - parte dois



um, dois, três. acho que contei certo. conheci você e mais dois num sonho. e na realidade também. claro que não tem um garoto bonito no mundo que não se pareça com um de vocês três. mas os três que conheci lembram muito.
o primeiro é uma incógnita. ele é idêntico a seu sósia dos sonhos, mas não me chama tanta atenção quanto aos outros dois.
o segundo. tenho um palpite de que seremos muito amigos mesmo no futuro, nos entendemos muito bem, sinto grande afeição por ele, e pra facilitar a relação, não há nada entre nós além de amizade.
e o terceiro? aqui fica minha dúvida. o terceiro é você. ou o mais próximo de você que eu conheço. mas se fosse você, a impressão que ele me deixou teria sido bem maior. talvez ainda seja cedo pra constatações e ruim para decisões precipitadas, mas eu calculo que seja você, afinal meus encontros com os três aconteceram um perto do outro. talvez eu esteja pensando assim por causa da minha natureza. eu não quero apostar todas as minhas fichas na mesma carta. eu quero ter várias na manga, e talvez seja isso o que mais me atrapalha. por isso dessa vez, não me importará ninguém mais; era por você que eu estava esperando, não? e você veio. xaropada, viagem, loucura da minha cabeça? não sei, mas na dúvida, vou investir em você. graças a deus que ainda não conhece a existência desse blog.