the world spins.

não podia deixar de voltar. tudo o que o lucas queria era nunca mais ir àquele lugar. patrícia estava indiferente. poderia enfrentar qualquer coisa porque ela não ligava. mas eu não posso deixar de voltar. tenho assuntos pendentes, os quais não sei quais são, tenho motivos de sobra pra voltar. amigos, agitação, coisas que não posso ter aqui. volveré. mas como encontrarei o lugar que deixei? certamente vai estar muito diferente. por exemplo a casa onde eu morava - tem uma loja lá. a casa da ana paula? ela não mora mais lá. a casa antiga da nara já foi demolida, estão construindo um prédio ali. os lugares é o de menos. as pessoas que mais gosto estarão lá, e a maioria deles eu mantive muito pouco contato depois da mudança. eles estão diferentes, não sei se eles mudaram comigo ou se ainda pensam em mim do mesmo jeito. o problema é que, como tive a oportunidade de descobrir ontem mesmo, eu não sou amigo de palavras. sou um amigo de gestos e momentos passados juntos. há pessoas com quem vivi momentos inesquecíveis, e sempre vou lembrar com carinho - sim, não as procuro, não mantenho contato - mas o que sinto por elas não mudou e nem vai mudar. pra mim, o tempo que deixamos de nos falar é irrelevante comparado à história que fizemos juntos. mas é claro, nem todo mundo pensa assim, e as pessoas ficam magoadas, pensando que as esqueci ou que não quero saber delas. claro, dan, se você gosta de alguém, demonstre. sei que tenho dificuldade em demonstrar sentimentos, mas quantos dos meus antigos amigos que amei e amo até hoje vou encontrar hostis quando revê-los na próxima semana? como a serena de gossip girl, você não pode ir embora do nada e voltar como se nada tivesse acontecido. o mundo gira e as pessoas mudam. embora o que sinto por elas continue intacto.