o bebê da carolina nasceu, tem o rosto dela. hoje foi um dia muito agitado, e a semana pra terminar precisa de sexta e sábado. teve nascimento, rompimento, a notícia de que posso ter passado no concurso, um pouco de canastra e facebook, um pouco de tudo, num ritmo acelerado. e continuo o mesmo, com meu olho grande. pra que comer dois sanduíches de bacon se seu estômago não suporta? pra que querer tantos garotos se só pode ter um? olho grande, olho grande, cometi muitos erros por causa dele. querer bastante, sempre, mas estar preparado para a queda; entretanto eu não sou de pisar em chão firme. e você é mais um que vem e vai, página virada, ainda sinto ciúmes, mas assim pelo menos te magôo menos. cometemos erros o tempo todo. vi com atenção a criança da carolina, o joão guilherme. lembro claramente do dia em que a mãe chegou em casa com a carolina no colo. a vó fez sorvete de uva, mas ela não lembra. eu queria comer, e ela disse pra esperar o bebê chegar, como se o bebê pudesse comer sorvete naquela idade. aquele bebê cresceu, viveu muito mais que eu que vi ela nascer, cometeu erros e acertos, e teve um bebê. isso me faz perceber que estou ficando velho, sou adulto, vou fazer dezenove anos, estou prestes a ter meu primeiro emprego. não me vi nascer, obviamente, mas a mãe deve ter feito sh sh pra eu parar de chorar como a carolina fez com o joão guilherme. a vó deve ter dito ao me ver, assim como disse hoje quando viu o joão, que ela sempre fica fascinada por bebês. a história se repete, bebês nascem, pessoas morrem, gatos somem no ano novo, cachorros são dados, famílias se mudam de cidade, amigos se reencontram, bebês crescem, assim como o joão guilherme vai crescer. vai estudar, se apaixonar por alguém, cometer erros e acertos, só espero que não repita os erros da geração de seu tio, mãe, prima segunda e madrinha. mas, se repetir, pelo menos ele vai aprender com isso, e é claro, se divertir muito. os nossos erros valeram cada momento.
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