quinta-feira, 12 de agosto de 2010
hora de dormir.
a hora de deitar sempre é a que mais anseio e a que mais adio. é a hora dos sonhos, a hora do lucas, a hora em que tudo se torna possível e visível. trago o notebook, uma bandeja improvisada feita de um caderno velho com cinzeiro, carteira de cigarro, café, bolachas e água em cima, e fico na internet. meus desejos sexuais afloram na cabeça, me sinto leve, mas me sinto tenso. me disseram pra relaxar antes de dormir, mas como anseio por dormir não relaxo, sinto as batidas do meu coração gritando. daí passa ligeiro. parece que no instante seguinte ao que peguei no sono, acordei. antigamente pra mim acordar era mais fácil que dormir, mas hoje é o contrário. se eu quisesse dormiria agora, mas quero tomar um banho, esperar o pai sair, mais tarde almoçar, enfim, muita coisa. poderia dormir agora, poderia dormir o resto da vida. a questão é que os sonhos são ilusões. a expressão "acorde pra vida" nunca foi tão literal a meu ver. queria poder dormir, só assim posso tê-lo comigo, mas a vida continua, a vida segue, você pode não estar aqui mas eu estou e preciso acordar e viver. mas queria dormir. quando durmo as palavras perdem o significado, não funcionam mais, fico inconsciente e não preciso delas pra me comunicar com você. acorde pra vida, acorde pra vida, levanto a cabeça pra parar de pensar nisso e me distraio novamente. é, eu entendi que tenho que acordar. mas o mundo à frente me parece vazio sem você.
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